Neste período em que muitos profissionais estão em casa por ocasião da pandemia do COVID-19, várias novas atividades e afazeres têm tido nossa atenção. Tentamos aproveitar o tempo da melhor maneira possível. Tem gente que aproveita para se especializar, ler livros, estudar, ver séries, assistir shows online, se relacionar pelas redes sociais, fazer trabalhos domésticos, entre tantas outras atividades. Será que nossas atividades em casa dizem o tipo de gestor que somos?
Algumas pessoas que conheço têm dedicado algum tempo para colocar “desafios” em suas redes sociais. Na maioria das vezes são desafios de percepção, cognitivos e matemáticos.
Entretanto um desses casos me chamou a atenção. Um profissional e gestor, já com idade acima dos 60 e certa bagagem, propõe desafios que dão abertura para respostas diversas e, assim, muitos participantes acertam o desafio, mesmo com respostas diferentes.
E por que haveria respostas diversas e corretas? Às vezes há falta de dados no desafio, deixando margem para suposições, mas o motivo mais relevante é porque há que se levar em conta a experiência, a cultura local e a história de quem está respondendo.
Até aí tudo bem, mas
mesmo sem uma análise empática ou simplesmente uma pergunta ao participante, o autor do desafio rejeita a resposta se não for exatamente aquela esperada por ele.
A história acima seria irrelevante se não me remetesse ao meio profissional.
Encontramos tal situação constantemente no ambiente de trabalho. Gestores que já sabem a resposta que querem ouvir dos outros, já sabem como querem que algo seja executado e resolvido, não dando abertura para que seus liderados ofereçam uma nova opção, que tenham uma outra visão. São gestores que privam sua equipe de se tornarem criativas e buscarem soluções melhores para um problema, um novo produto, um serviço de melhor qualidade. Tolhe o senso de colaboração e adaptação a novas situações.
E vejam, de acordo com uma pesquisa da ADP, um gestor com este perfil é um dos grandes vilões da produtividade das equipes, afetando diretamente os resultados financeiros das empresas.
Para esse gestor a “diversidade” não existe e em uníssono todos devem pensar.
Quando digo diversidade, estou falando também em diversidade de cultura, gênero, preferência sexual, cor, idade, necessidades especiais, entre outras. Afinal, são essas “formas diferentes” que geram pensamentos novos, discussões, construções e criações de algo melhor.
Eu acredito muito que motivação é algo próprio de cada um, é um impulso interno. Uma das formas dessa chama interna permanecer acesa é através da inspiração que gestores-líderes possam propiciar.
E o que sugerir para esses gestores se tornarem líderes admiráveis ?
A alta direção da companhia tem um papel fundamental nesse processo, identificando e dialogando com o gestor, pois o ideal é que o gestor deseje esse desenvolvimento.
Invista na formação de líderes e você terá equipes fortes e resultados formidáveis. Seus colaboradores são o maior patrimônio da sua empresa.
De acordo com pesquisa do Gallup empregados desengajados contabilizam US$ 450 bilhões a US$ 550 bilhões em perdas anuais de produtividade nas corporações.
Andrew Carnegie, um dos mais bem sucedidos e controversos empresários dos Estados Unidos, o rei do Aço, afirmou certa vez :
“Leve embora as minhas pessoas, mas deixe as minhas fábricas, e logo a grama crescerá nos chãos das mesmas. Leve embora as minhas fábricas, mas deixe as minhas pessoas, e logo nós teremos uma fábrica nova e melhor.”